sábado, 5 de fevereiro de 2011

30 de maio de 2007 - coluna da Alê Rech

Marilu, do HEMORGS, ligou agradecendo os emails que estão sendo enviados pela Associação Chico Viale, chamando os doadores de sangue. Oba!!! É preciso intensificar este trabalho!

Minha amiga e jornalista, Alessandra Rech, escreve uma coluna no Jornal Pioneiro (Caxias do Sul). Me mandou email avisando que escreveu sobre minhas lutas... eis cópia da coluna abaixo:

"Vital - por Alessandra Rech


Não vou usar um desses clichês sobre amizade, tipo aquele que diz que amigos são irmãos que a gente escolhe, até porque minhas amizades ao longo do tempo tem sido menos sangüíneas. Partem da admiração no outro de alguma virtude que em mim está atrofiada – é o mesmo princípio da minha forma possível de amor. Precisam ter o encanto pelo pensar/fazer de alguém. O parentesco eletivo que mencionei não se dá porque tais amizades prescindem de proximidade e estão sujeitas a sucumbir, não sem certo período de luto, com as mudanças de perspectiva tão comuns, quanto vitais, a todos.


No período em que atuei como correspondente do Pioneiro na Região das Hortênsias, de 1998 a 2000, poucas foram as relações que transcenderam os gradis profissionais. Patrícia Viale, jornalista que enveredou por trabalhos diferentes, foi a síntese do que uma aquariana como eu, às voltas em seu cerco de vidro, gostaria de ser.


Paulista, vivendo em um sítio no Salto, um lugar lindo em São Francisco de Paula, cercada de bichos, muitos deles tirados do abandono, participava, dentre outras organizações não-governamentais, de um clube de troca de sementes por correspondência, o que era motivo de perplexidade para mim – amante da natureza, como do isolamento. Seus olhos verdes grandes, as mãos afeitas à terra, enquanto eu cultivava jardins de verbo, e a vereda erótica para a qual dirigia seus ensaios na literatura, enquanto eu passava em aflição do romantismo para o realismo, faziam da Paty Viale vital amizade naquele exílio que eu armara então.


Depois voltei a Caxias; ela foi morar um tempo na Suíça. Uns anos depois trocamos e-mails. Há uns meses, acompanhei de longe a sua luta, no mesmo espírito da moça das sementes, por um irmão que se acidentou no trânsito. O jovem morreu em março, quando Patrícia, depois de angariar pensamentos positivos já não por cartas, mas pela rede, buscava sangue, mobilizando centenas de doadores.


Recebo notícia de que vem aí a Associação Chico Viale. Patrícia vai dar continuidade à conscientização comunitária que deflagrou, promovendo palestras e novas campanhas para informar e agregar. O empenho se traduzirá em mais vida na vida dessa minha amiga, que ainda me comove e ensina. Para apoiar, o e-mail é: pviale@gmail.com ".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nos escreva, mande notícias, faça seu comentário...