Liguei para Marilu, a coordenadora de captação de doadores no HEMORS. Vamos organizar
uma doação de sangue em Gramado, para os doadores que querem doar sangue para o
Francisco, mas não podem ir à Porto Alegre. Preciso mandar o descritivo do local, ver o
cadastro, lanche para os doadores, que deve ser suco e sanduíche, enfermeiras voluntárias
para os sinais vitais. O ônibus deve ficar em lugar coberto, a caixa de luz próxima ao ônibus,
um médico de plantão, mesas e cadeiras. Que trabalheira organizar uma doação de sangue!
E ainda tem que divulgar o local e os horários!!! E os voluntários para o cadastro!!!!! Liane, que foi professora do Fran, ligou oferecendo ajuda para encontrar doadores de sangue. Eles tem um projeto no Colégio Marista, em Canela, que trabalha com doação há muito anos!
Francisco continua em estado gravíssimo. É uma situação estranha, pois meu irmão não está morto, mas também não está aqui. Não sei lidar com isto. Fico imaginando ele bem, talvez com algumas dificuldades motoras, mas bem. Tomando sol. Olhando a vida ao redor. Esboçando um sorriso. É assim que vejo meu rimão. Eu ajudando ele a voltar a estudar.
Às vezes fico perturbada imaginando a perda do olho direito dele. Já são 16 dias nesta situação entre a vida e a morte. Fico me perguntando onde o Francisco, o espírito dele, está. O que aconteceu com ele nestes dias? O que ele sente? Não tenho resposta alguma. Isto provoca angústia. Não sei esperar. Como lidar com tudo isto? Como viver de agora em diante? Não tenho medo da vida, mas algo está acontecendo de muito importante.
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